rabi da comunidade, explicou-lhe seu propósito. Surpreso, o rabi deplorou aquela ideia:
— Esta aldeia é paupérrima, meu amigo. A mim, que sou o rabi, a comunidade paga
uma bagatela! Julgo bem difícil que possais viver também aqui!
Sorriu o evangelizador diante do pessimismo do rabi, e narrou-lhe a seguinte e
expressiva parábola:
— Um ganso, pertencente a um dono estouvado, sofria fome, porque se esqueciam de
lhe dar de comer. Um dia, o dono comprou um galo e o fechou na mesma capoeira.
Impressionou-se muito o ganso ao ver o novo companheiro e lamentou sucumbido: “É
agora que vou morrer de fome! Somos dois a repartir a minha pobre ração. “Não te
aflijas”, tranquilizou o galo, “quando tenho fome, sei cantar para lembrar ao amo a hora
da ração. Assim comeremos ambos.”
A narrativa feita com tanta graça e oportunidade livrou o espírito do rabi das
inquietações que o torturavam. Nada mais havia a temer do futuro.
Cf. Lázaro Liacho, “Anecdotario Judío”, M. Gleizer-Editor, 1945, p. 101, Lewis Browne, op. cit., p. 493. Para melhorcompreensão do anedotário judaico, indicamos a leitura do interessante artigo “De l’humour juif”, de Elian-J. Finbert, nolivro Aspects du génie d’Israel, Paris, 1950, p. 390.
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