segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Cuidado com o que fala


Um pai de família chega em casa após cansativo dia de trabalho. Durante o jantar ele se põe a contar com entusiasmo acerca de um incêndio criminoso ocorrido na cidade, entrando em minuciosos detalhes da ação do incendiário.
Depois da refeição saiu em companhia da esposa, para uma breve caminhada. Entretanto, não havia passado nem meia hora quando foi chamado às pressas.
De longe pôde perceber que as chamas tomavam conta da sua casa. As labaredas consumiam com voracidade o lar que até há poucos minutos abrigava sua família. Ao longe gritou:
– Meu Deus, meus filhos!? 
Para seu alívio, encontrou-os no quintal, protegidos embaixo de uma árvore. Logo sua preocupação se volta para o incêndio:
– Quem teria feito isso? Não tenho inimigos…
Andando de um lado para outro e praguejando, ele concluiu:
– Foi um acidente… só pode ter sido um acidente.
Foi conversar com os filhos e um deles, de oito anos, confessou (em lágrimas) ter sido ele quem colocou fogo na cortina.
Por que? Estava apenas copiando os pormenores da descrição do incêndio criminoso feita pelo pai à hora do jantar.
Devemos considerar que o mal não merece comentários em momento algum, a menos que seja para ser corrigido.

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